Ontem, depois de mais de três anos, reencontrei um dos meus melhores amigos.
Moramos a mais de nove mil quilômetros de distância e carregamos um fuso horário que costuma ser de quatro horas. Para além das fronteiras, as nossas agendas apertadas e quase cronometradas espaçam os nossos contatos e seriam capazes de rebaixar a nossa participação na vida um do outro a níveis de coleguismo. O cenário desenhado inevitavelmente encaminharia essa amizade à fragilidade e a níveis preocupantes de ostracismo.
Só que somos amigos há quase vinte anos e as nossas vidas estão entrelaçadas de um jeito tão único e tão especial que essa presença constante se torna quase um detalhe. Nos conectamos pelo caminho, rimos pelas estradas, dividimos pelas andanças e seguimos. Sempre juntos. Aprendemos muito com o tempo, com a distância, com as horas, com as mudanças e com tudo o que nos afasta. Aprendemos com o balanço da vida que, não importa o quanto estamos longe e afastados, sempre voltaremos.
Ontem, depois de mais de três anos, parecia que o nosso último encontro tinha sido anteontem.
Hoje, sem saber quando será o nosso próximo, a certeza de que ele não importa tanto assim.
Estaremos sempre ligados pelo coração.
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