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Loucura mesmo é não viver!


Eu me acho meio maluco de vez em quando.


Na verdade, para ser bem sincero, eu me acho bem maluco de vez em quando.


Eu tenho mania de me espreguiçar fazendo uns barulhos guturais e só consigo fazer compras no mercado se eu falar sozinho, repassando a lista em voz alta, conforme vou entrando e saindo dos corredores, procurando os produtos pelas prateleiras. Eu também gosto de me encarar nos espelhos quando acordo, exaltando mentalmente as particularidades das minhas linhas de beleza exótica e tropical, como forma de incentivo para começar mais um dia e sempre dou risada. É assim que confirmo, que, de fato, eu sou bem maluco de vez em quando.


Acredito que a plenitude da minha racionalidade só dê verdadeiramente as caras quando fico viajando na maionese sobre os motivos, razões e objetivos que temos nessa vida, entre o primeiro suspiro na maternidade e o último sopro de luz.

Também acredito que só recupero as minhas faculdades mentais quando afirmo, quase sério, que os grandes motivos, razões e objetivos que temos na Terra convergem única e exclusivamente para a nossa capacidade de aprender. Acredito, com todo o meu coração, que a vida só existe para isso.


E foi assim que eu entendi, completamente são, que precisamos ter com o que aprender. A conclusão lógica é que, para viver, precisamos tentar. Mais do que isso: precisamos errar. Precisamos tentar e errar. Muitas e repetidas vezes. Precisamos de tentativas novas, erros novos, experiências novas e novas oportunidades de repetir o ciclo, com outras novas tentativas, experiências e erros.


Viver sem tentar, sem errar, sem histórias únicas, sem me declarar, sem deixar tudo o que eu tenho de melhor, sem me jogar de cabeça nessa delícia que é a vida e sem encarar tudo com coragem, vontade e disposição? Até eu, que me acho bem maluco de vez em quando, sei que isso é insanidade total.


A última coisa que eu quero é chegar no meu último sopro de luz pensando no que eu poderia ter feito de diferente. Eu quero chegar, agradecer a oportunidade e dormir eternamente tranquilo sabendo que eu vivi. Muito, sempre e até o final.


Afinal, a vida só existe para isso.


1 comentário

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1 Comment


Renata Werneck
Renata Werneck
Aug 03, 2021

Gosto de pensar assim também. É uma lógica bem bacana e generosa com a nossa natureza. Acho que só temos que ter atenção com a linha tênue que separa “até no erro, aprendemos” com uma síndrome de Poliana.

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