Eu não penso na morte.
Você sabe que isso não tem nada a ver com medo, como o que eu sito de qualquer filme de terror que me recuso a assistir. Você também sabe que também não é por respeito e eu sorri agora eu te imaginar sorrindo daí, repetindo baixinho o seu clássico mantra da implicância: “carioca, né?”
Eu só não penso na morte.
Você sabe que eu prefiro pensar na vida. Mas, olha, não tenho nada contra não, viu? Inclusive tenho amigos que pensam nela com frequência. Eu sei que posso apostar alto que você sorriu de novo com essa piadinha besta. Automaticamente, mais uma vez, eu sorri daqui também. Eu gosto do seu sorriso e amo o jeito que a gente sorri por umas coisas idiotas que só a gente ou que nem a gente entende.
Eu, simplesmente, não consigo pensar na morte.
Você sabe que eu acho que é uma das maiores perdas de tempo pensar sobre a maior certeza natural: isso daqui vai acabar! Acho que é, exatamente, por isso, que eu repito o meu clássico mantra da existência: “a gente tá na vida pra viver!”. Você conhece o meu jeito de colocar o coração e de tentar deixar o meu melhor em tudo, mesmo sabendo que, às vezes, nem o meu melhor vai ser o suficiente. Agora eu dou all in que você adivinhou que eu lancei o meu famoso “pelo menos eu vivi” e que arrisquei, de bate e pronto, o conhecidíssimo “se eu errei, foi tentando acertar”, imitando, sem sucesso, o Thiaguinho.
Eu, definitivamente, não penso na morte.
Você sabe que entender um pouco disso demoraria muito e eu sei que o tempo é curto, que isso daqui vai acabar e que a vida é uma oportunidade. Então, prefiro viver sorrindo de coisas idiotas, criando e vivendo histórias para lembrar, guardando com carinho memórias inesquecíveis e gravando na pele todos os sentimentos que fazem essa existência valer. O que eu quero é que a gente, depois de todas essas histórias, depois de todos os assuntos infinitos e depois de todos os momentos para sempre, consiga sentir o coração tranquilo e, pela última vez, consiga sorrir de novo. O que eu quero é que a gente, lá na frente, não tenha deixado nada para trás.
Logo eu, que não penso na morte, quero você comigo até o fim.
Enfim, a hipocrisia.
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